sábado, 27 de dezembro de 2008

Pesadelos do real, sonhos de fantasia


Um dia sonhei um sonho, um sonho onde tudo se evadia pelo céu azul.
Nada tinha a cor que o inferno pinta, ou a cor que o diabo tece.
Na realidade ao acordar senti que existe toda a dor e ninguém a merece.
Ao contrário de mim tudo se esquece e arde diabolicamente em passos grandes, em espaços verdes.
Nada é como era e eu pergunto por mim, pelos outros, pelas almas perdidas.
Pergunto ao céu pelos anjos que se vestiram de negro e pela alma que os caracteriza.
Corro…corro fugazmente à procura da luz, da realidade escondida que escurece no céu azul.
Pergunto aos Deuses a força dos meus pecados, a justiça dos meus actos.
Sento-me e sinto-me, pergunto-me por ti, por mim, pergunto-me por nós.




Carolina Cruz
Novembro/2008


créditos de foto: Rita Lopes :)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O futuro

A ideia de que o mundo é para os grandes é pura previsão do futuro,
Eu bem tento escrever ao pensar e agir.
Mas neste mundo eu sinto só há a pequena solução de fugir.
Parto sem destino e onde encontro realmente o caminho?
Onde jogo e perco tantas e quantas vezes for preciso,
Porque ao perder e ao ganhar,
Eu sinto que cresço, e desenvolvo o meu tamanho,
O tamanho humano da realidade.
Aprendo a soltar as regras, e limpar a verdade.
Porque neste mundo encontro a diferença,
bem presente.
Presente na indiferença do presente.
E do passado que nos toca lá no fundo,
Mas lá fundo já não volta.
Reviremos as cortes e as coragens,
Que o mundo esse não mudará.
Ultrapassará o vento e as margens de um rio.
O mundo será sempre aquele menino triste e pobre,
Com um futuro pela frente incerto e reluzente.
Eu aconselho que por entre tantas mudanças no escuro,
O melhor da vida é viver o longo presente puro,
E olhar o presente como um longo passado...
O passado do futuro.


Setembro 2008 - Carolina Cruz

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Melhor amigo

Há momentos em que preciso de me fechar em mim mesma e encontrar as minhas próprias palavras para ser feliz.
Preciso para sempre ouvir o que o meu coração necessita, o que lhe é realmente essencial, o que encontra no que é banal. Mas ele não se sente banal, porque ele ouve-me até ao fim e bate comigo até eu deixar de respirar, até eu eternamente amar e sofrer, até me cansar de viver e morrer.
O meu coração e o sentimento que ele próprio me transmite e quer mostrar é verdadeiro, onde o choro e o sorriso são vivências.
Com o meu coração não há parecenças, existem presenças, e ele conhece-as tão bem ou melhor que eu.
Ele sabe falar e escreve até melhor, e o que hoje escrevo e falo veio dele próprio, do seu narizinho empinado que não deixa que me revolte.
O meu coração é o meu melhor amigo, ele sabe quando falo, quando vivo e até mesmo o que calo, e eu não peço mais do que ele para pode viver porque sou um ser humano e aprendo a sê-lo vezes sem conta.
Sim eu sou um ser humano e ele completa-me para onde quer que eu vá, por cada caminho que percorra, ele vai comigo, até ao fim, até que eu morra.



Carolina Cruz
Setembro / 2008