sexta-feira, 22 de maio de 2009




O idoso pensa, reflecte sobre toda a imaginação fértil e feliz que nasceu consigo na sua curta e velha infância que hoje voltou transbordada de um enorme sorriso e saudade rasgados em cada olhar, em cada ruga vincada no seu rosto envelhecido.
Por detrás de cada ruga, de cada gesto de melancolia profunda, há sempre vontade de uma alegria bem funda guardada num sorriso que mudou o mundo em jeito de brincar.
Mesmo que o rosto trema e a confusão desça ao seu lugar, o idoso tem sempre tempo para amar. Amar até a criança que avista longe de si, onde criou laços densos de ternura, e tão cedo de amargura de quem vê perder a vida, morrer cedo. O idoso voltou a ter medo, voltou a ser criança.
Faz-lhe um novo amanha, traz-lhe esperança.



Abril 2009
Carolina Cruz