domingo, 30 de agosto de 2009

O sorriso



Vou pelo tempo…procurando à deriva.
À deriva de um desejo puro encontrado, e no fim.
No fim de todo o fim, a final de contas tudo está igual,
Sou aquele que ousou sonhar por um sonho banal.
Talvez no recanto de toda a mortalidade, escondido,
Está escondido o sorriso de uma estrela encadeada,
Que sorri para mim hoje e todos os dias, por uma alma iluminada.
Longe de todo o mal que a espera… regressa.
Regressa quando tudo se julgava de uma forma perdida.
Talvez perdida, talvez, mas nunca esquecida.
Por detrás de um nevoeiro perspicaz.
Tenho vontade de voltar…voltar de forma fugaz,
Ao passado que lá longe havia visto.
Porque nada prevê o futuro,
Mas apenas eu devia ter previsto,
Que de novo voltaria esse sorriso puro,
O sorriso ao qual não resisto.



10 de Abril de 2009
CarolinaCruz*

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Lugar mágico


Há todo um lugar, um lugar estranho de revolta e tristeza, que vem e não volta de novo a tomar conta do tempo.
Já chorei tudo o que tinha por chorar, já murmurei a cada ouvido e a cada parede o que não mais irei lamentar, o sorriso não fala, o riso não ecoa, e magoa, dificilmente passará.
Há minutos, segundos e horas que lamentamos até viver, respirar o ar puro, preferíamos morrer, longe de tudo o que pisa a terra e o mar, longe de todo o céu, e de todo o amar.
Podia querer pisar a terra de todos, mas só avanço nos caminhos repletos de magia, há momentos em que queria ser um desenho animado, saltar fugazmente por cada passo difícil da vida, inventar um Cupido para cada amor incompreendido, cada medo ou cada fobia.
Queria ser invisível ao toque, indiferente a um olhar de indiferença, mas engano a minha alma a cada hora, já não sei o que sinto, já só apenas o coração chora.
Chora com raiva, chora com demasiada diferença, chora delicadamente, chora arduamente mas chora, e esforça-se não para lutar, para esquecer, não para amar, mas para seguir em frente, a caminho do futuro e do presente, a caminho da felicidade e do paraíso.

Carolina Cruz / 23 Agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tirar-te do coração



A vida tem destas coisas, olho à janela e refresco qualquer olhar sombrio de quem amou demais, não sou pura por isso, nunca fui.
O defeito pendente atropela o ontem, o hoje e atropelará qualquer amanhã na noção, na certeza de te perder…hoje, para sempre.
Não, não sou normal, muito menos vulgar, sou uma pessoa original de sonhos e poeiras de marginal.
Nada vale a pena, não temos nem terra, nem mar e eu mal sei o que é sorrir, agora só sei chorar.
A minha força tem contornos e é feita de ferro e
aço, bem tento aproveitar o tempo que é escasso.
Tento acalmar o desejo e a palavra mas…a cantiga fala mais alto, o pecado e a dor.
O esquecimento e a sorte passeiam a meu lado e pouco me cumprimentam, vivo no azar e no pensamento, com
o é que poderia eu esquecer um puro sentimento?
Faço das minhas barreiras, vitórias, dos meus erros construção, quero ser apenas livre, quero apenas tirar-te do coração.
14 de Julho de 2009
Carolina Cruz

domingo, 2 de agosto de 2009

Dá mais e mais



Vivo, vivo e vivo pelo lado mais difícil de arriscar, canto e afinal não sou ninguém, ninguém além de ti, além de mim, além de nós.
Procuro o caminho simples, procuro a vida que não é minha, mas sim dos outros, os outros que apodrecem aos meus olhos mesmo que a cegueira seja inútil, é o fim.
É o fim de um desejo, de uma realidade, de um prazer mas de um sonho, que não passa senão disso, da ilusão brotada e espetada na razão. Como posso perder algo que nunca foi meu? Algo que nunca tive? O ser humano contenta-se com pouco ou nada e vive com o melhor que pode, mas a paralisia cerebral controlada daquele típico ser afasta-nos do mundo, afasta-nos até de nós mesmos, não somos alguém minimamente feliz, não somos ninguém.
O crescer desaparece, a jóia tem mais valor que uma mão seguida de um desejo, de uma vontade de se ser feliz, o que dizem de ti não te importes, tu és aquilo que aprendeste a ser, és sentimental pelo lado puro, porque és tu, e aprende a sê-lo porque senão fores assim não sobrevives neste mundo, nunca, jamais, porque tu dás o que podes e a tua retribuição é:
dá mais e mais.

Carolina Cruz

23 de Julho de 2009