domingo, 11 de dezembro de 2011




Já não me basta cantar, já não me basta ouvir uma melodia, a tristeza não desaparece, não vai embora e se vai volta no minuto seguinte.
Sou um demente, tenho ferocidade, tenho raiva de animal, louco de tristeza e imune, cantar não me espanta nenhum mal.
De que me serve um sorriso num mundo cínico? Leve, leve, levemente respiro e vou ao encontro de mim, e então as palavras fazem sentido e a sonoridade começa a soltar-se, a alegria desperta hoje, mas amanhã desmoronou, de novo entristecerá, de novo bater-me-á à porta a música e com ela, a morte.

[25.Janeiro.2010]