sábado, 27 de junho de 2009

Meu pobre coração



Meu pobre coração bate mas reflecte…
Estarás tu a bater por alguém certo?
Não tornes o simples num batimento de esperança, de ilusão…
Bate, mas não palpites coração, por alguém que saberá e jamais sentirá todo o teu bater.
Não te esqueças daquilo que fui, mas lembra-te daquilo que quero ser o resto da minha vida, afasta os passos tranquilos das ondas revoltas em água salgada.
Salgado é o teu rancor guardado, o ciúme, a desilusão, é por isso que tanto palpitas meu pobre coração.
Ouve-me, liberta a tua emoção, num doce cantar ao som de uma forte canção.


Carolina Cruz / Fevereiro 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Perfeição


Porquê? Porquê? Porquê? Envolve-me de questões mas dá-me as respostas, as respostas que nem a vida te saberá dar, dá-me, não hesites, dá-me.
Se a vida é para sorrir, porque choramos? Porque choramos a rir?
Talvez a vida seja mesmo isso, rir e chorar, chorar e rir, chorar a rir…
Chorar não resolve os nossos problemas, mas torna-os mais leves e mais leves somos capazes de os conquistar, pouco a pouco, com um eterno sorriso, mesmo que eles sintam a nossa presença, a nossa vontade de lutar e seguir em frente.
A vida é uma simplicidade de confusões num mítico místico de sensações que julgamos sentir num sonho e quando acordamos estamos perante os mesmos factos, as mesmas emoções mas cabe-nos a nós neste caminho pensar e agir, sem que o inconsciente se ponha à frente.
Temos de ser nós próprios a construir o nosso mundo com todas as pedrinhas que vamos encontrando pelo passeio de ilusões e adversidades constantes que acabamos por ultrapassar com um sorriso e…não há melhor que um sorriso de esperança transformado em sorriso real, de vitória e choro de alegria.
Se o mundo fosse construído de forma perfeita, talvez nem os sorrisos nos apareceriam de surpresa porque, se tudo fosse perfeito, já saberíamos que seria assim, o caminho seria mais fácil de percorrer, chegaríamos lá mais rápido mas… no entanto, não festejaríamos, afinal de contas já prevíamos chegar cedo.
Por isso, vale a pena pensar na vida como ela é e não procurar a perfeição quando ela não existe, vamos tentar construi-la à nossa maneira e, aproveitar com o que ela nos trouxer, mesmo que sintamos que não seja justo, mas vivamos…
Vivamos porque vale a pena e pena tenho de quem não vive, por isso vive porque viver nunca será demais, mas também nunca será perfeito, por isso faz apenas a perfeição ao teu jeito!


Carolina Cruz
25.Junho.2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

( reflectir )




Há qualquer coisa no nosso mundo que precisamos de acreditar para realmente a vermos, nada mais que acreditar naquilo que construímos com as nossas próprias mãos, nem que seja por um minuto, um segundo, um milésimo de segundo.
Não podemos nunca pedir a alguém que ele seja perfeito, porque ninguém o consegue, acredito que nem mesmo Deus, que acreditamos ter construído o mundo, mas no entanto não está em todo o lado, senão ninguém sofreria, ninguém morria…nem mesmo de amores incertos de um desejo pendente, talvez se até mesmo Deus fosse perfeito, talvez esse mesmo desejo se realizasse.
Não que não acredite que haja alguém que chame por nós, acredito, mas ainda acredito com mais força naquele caminho que percorremos com as pessoas que escolhemos e que no fim de cada dia dizemos convictos para nós ou para alguém: “valeu a pena!”, e sorrimos.
Sorrimos num longo sorriso, que nos une até a eternidade, mesmo que essa mesma eternidade não exista, mas…apenas nos limitamos a segredar ao ouvido e sorrir.
Não somos encalhados, não somos cobardes ao lutarmos pelo que achamos melhor para o nosso futuro, por aquilo que realmente sentimos, e vivemos, num eterno dia de sol, que senão fizermos por isso se tornará de chuva, no nosso interior.
Sou eu que desejo demais, sou EU quem ama demais, e perco, caio e levanto-me no minuto a seguir, porque sei e sempre soube que a vida, essa mesmo são dois dias e se tiver de a aproveitar ao máximo, farei de tudo, farei uma directa.
O pedaço de pensamento que levamos no desalento do nosso corpo, no desalinhar da nossa cabeça, não é mais que aquilo que faz parte de um pedaço de nós, daquilo que se tornou tão nosso, mas tão impossível.
Mesmo que eu queira voltar atrás, às imagens perdidas que no passado construí quando realmente havia sentido tudo o que hoje se tornou ideológico, eu pressinto e sinto que o passado não é mais que uma mera passagem a um passo de mim, onde tento e descubro como reviver com emoção o que mais tarde não voltará, a não ser que venha e vá embora por um segundo, por um simples dejavú.
Mesmo que as memórias não voltem de igual forma, poderei construir no meu futuro, o que no passado me fez feliz, não igual, mas idêntico, basta ouvir, basta escutar, basta apenas sonhar sentado num banco, onde o mundo pairará sobre ti.

14 de Junho de 2009
Carolina Cruz

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Refúgio


Olho para o refúgio, onde nada mais cai senão a mágoa da chuva acesa numa noite escura, por mais que a felicidade cresça, ainda a tristeza perdura.
Sou o céu que todos olham quando precisam, mas quando se mergulha no apetecível, cai-se no esquecimento e na luz da moraria, cantando aos vizinhos numa voz bem alta.
Sou o coro perfurado num sorriso, sou a forma e a vida como idealizo, sou o aperto no peito amargurado e sozinho.
Apenas quero reavivar tudo para reviver, tudo o que um dia em mim vi nascer, batalhado em sol, chuva e vento, a minha tristeza não passa de um pensamento.


25-Maio-2009
Carolina Cruz

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Hoje parámos


Hoje parámos. Cientes daquilo que me faz acreditar, choro e até minto do que realmente me arrependo, mas na viagem da vida há todo um jogo proibido e perfeito onde te encontro todos os dias e me sussurras em cada pormenor, és meu amigo, sou teu amigo, não me deixes abater.
Sobe, sobe mais alto que o teu próprio mundo, sou da cor que mais um dia alcançaste num sorriso trémulo de constante alegria, sou o fogo que o alimenta quando todos o tentam apagar.
Sou a chama vazia presa em cada nevoeiro do teu amanhecer, do teu amanhã, sou uma pedra rasgada sem forças e tu és o meu divã.
Divã de puro riso, de puro sono, sonho escondido em histórias de vida, em escolhas, em magia, tremores, alegria.
Os papéis rasgados já pouco significam e alma para escrever esquece-se de viver, por um lugar mágico, escrito em pedacinhos molhados com perfume, não te dou a minha vida, mas dou-te lume.
Lume capaz de acender um sorriso, de queimar uma lágrima fria ao saber do vento, porque a vida é um choro, é o tempo.
Carolina Cruz
Fevereiro 2009