sábado, 28 de fevereiro de 2009

Alma


É esquisito como te encontrei assim do nada, e cresceste com a tua força interior e permaneceste.
Quando menos esperava fizeste de mim a melhor pessoa, aquela que um dia sonhei ser, e hoje sonho-a a teu lado.
És-me tanto, e é de um momento para o outro que as palavras faltam, os momentos ficam, e eu fico com eles, porque sei que é cedo demais para avançar.
Talvez um dia seja tarde, o tempo é tão traiçoeiro, quando menos esperamos torna tudo tão inexplicável, tão diferente, tão real.
Há dias que sinto e imagino todo este nosso mundo, tão relativo, tão perfeito. Mas esqueço, esqueço que há algo que nos cruza o caminho, algo que o tempo não pode esquecer, mas a distância pode fazer perder.
O amor é isso mesmo, acreditar com inocência na felicidade vivida e olhar o futuro com um sorriso certo na incerteza de uma vida melhor.
Não é fácil viver na incerteza de te perder no infinito, de te perder por tão pouco.
Quero ter-te do meu lado, porque tu sabes como me fazer sorrir, sabes o que sinto e tudo o que faço, cada palavra que digas vai ao encontro àquela que um dia quererei sempre expressar.
A palavra infinita que permanece junto daquilo que sou, que nunca deixarei de ser.
Quando olho para ti vejo-me a mim, vejo-me a mim vezes sem conta, expressão, sorriso, força! Quero apenas a tua esperança, a esperança de um dia ser alguém, de ser o que quero a teu lado!
A vida é difícil, e a minha é um fracasso, sigo o teu passo, mas não me encontro no teu mundo, no teu espaço, é tudo tão fraco, tão laço!
Faço parte do teu mundo mas, no fundo não me encontro.
A palavra que um dia trocámos está lá, com todo o sentido que significa, nesta vida ao teu lado, esta vida tão simples, tão calma. A palavra alma.
Abril 2008
Carolina Cruz

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Miragem




Abraçámo-nos ao vento,
Fugimos um do outro,
Num passo lento,
Num eterno sofrimento.

Não partas,
Não vás,
De uma forma tão fogás.
Caminho pelas matas
Com a esperança
De um dia voltar a trás
Voltar num só segundo
Voltar a ser criança,
Voltar àquele feliz mundo!

Contigo sou criança,
Sou uma pessoa melhor,
Fica-me na lembrança,
Um sorriso maior.
Um sorriso solto, sereno
Numa imaginação,
Num sonho tão pleno,
Guardado no coração.

Não vás,
Dá-me coragem,
Sê forte,
Uma força que nos faz,
Encontrar uma miragem
Que nos salve da morte.
Carolina Cruz
Maio / 2008

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Meu puro mar







Cada passo de vida é uma sombra esquecida pelo mar a dentro, meu puro mar, minha imagem de consolo, de ternura.
Falta-me cada sorriso que sempre me deste em cada onda que fizeste, não posso, não me posso recordar de algo que nunca fizeste com toda a tua força.
Tens o talento de me iluminar um olhar, esquecer o passado e o futuro, vivendo o presente num verdadeiro sonho.
Não quero acreditar no que o destino me diz quando me troca as voltas e me faz olhar-te da forma que ninguém mais olha, como eu te olho.
No teu profundo azul guardas a alma de um livro cheio de histórias puras para contar, onde os nossos caminhos se cruzam tantas e tantas vezes como um nó cego.
Não quero, não quero perder toda a tua forma, toda a onda desse original feitio, não posso, nem devo, não quero. Cada alma tua é um pedaço de mim que se afoga mas que me liberta de um passo para o abismo, forte e enrolado.
Estás aqui, onde a manhã te pede mais que um sorriso, pede uma verdade, um sentimento afogado na tua beleza pessoal, tua beleza natural, escuto com toda a atenção a tua voz que os meus ouvidos escutam sem terminar, fecho os olhos, sinto.
Sinto o respirar que me aquece alma que gela a cada passo, uma lágrima pequena evade-me o rosto, evade-se no horizonte, para onde a levaste? Não quero saber, não me interessa, percorro agora o meu caminho sem ela, mas meu mar, puro mar rasgado de ondas puras o meu desejo é percorrer cada caminho não com o que me levaste mas contigo.
Não quero a lágrima que levaste, mas quero-a retribuída num sorriso teu onde uma onda nos rodeia, nos ilumina, nos chama, nos acolhe eternamente, nos ama.

Carolina Cruz
Dezembro 2008

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Jogo







Sou o jogo mal jogado,
Reflexão,
Lembrança do passado,
Efeito de explosão.

Não sou crente,
Sou demente
Verdadeira,
Inexperiente
Inexperiente da vida.
O presente é poeira,
O passado
Uma sombra esquecida.
Amordaçado, estragado,
É o futuro,
Pesadelo puro.

Sujo o limpo,
Limpo o sujo.
Jogo contra o destino
E cruzam-me o caminho,
Vento, chuva, tempestade.
Estou sozinho.
Só quero a verdade,
Muito, pouco, nada,
Tenho a alma estragada.

O sol ardeu,
A lua deitou-se,
A chuva dissolveu-me
Num choro puro
Que envolveu-me
No futuro,
No futuro da tua partida,
Choro, choro, choro.
Porque estás tu de ida?
Carolina Cruz
Maio 2008